terça-feira, 22 de novembro de 2011

Cordel Para Vicente de Carvalho




Cordel par Vicente de Carvalho

(Vicente Augusto de Carvalho-Santos, 05/04/1866 – Santos, 22/04/1924-ABL cadeira  nº 29, que tem como patrono Martins pena)




Advogado e político,
Magistrado e jornalista.
Nasceu em terras praianas
Aqui em solo santista
Onde o mar foi testemunha
Desse poeta humanista.

Nos idos mil 866
Em abril do quinto dia,
Filho do major Higino
O então poeta nascia
Embalado por sua mãe
E também pela poesia.

Veio depois do primário
Estudar na capital
Lá no colégio Mamede
Da São Paulo “provincial”
O menino já poeta,
Mostrava-se genial.

Faculdade de direito
Já com vinte, bacharel.
Republicano ferrenho
Desempenha o seu papel
Sem perder a suavidade
De poeta menestrel.

A poesia florescia
Com tendências parnasianas.
Grande artífice dos versos
Lá pelas orlas praianas.
Versos rasos. (sobre a areia)
Fundos versos. (marianas)

Ante ao golpe de Deodoro,
Lá em Franca foi morar.
“Profundo  golpe em seu peito
como profundo é o mar,
que lhe era como um ópio
versos, sangue elementar”.

Nas ardentias das tardes
Seu coração marulhava,
E na alvura de uma brisa,
Enquanto o sol descambava,
Mais um verso, uma prosa,
O poeta alinhavava.

“Deixa-me, deixa-me fonte
dizia a flor a chorar”
“E fugindo ao cativeiro
vejo palavras ao mar”
“Relicário, voz dos sinos”
Foi o poeta do mar!

Hoje há uma estátua erguida
Relevando o bem-feitor.
Na política e na cultura,
Chama ardente sim senhor...
Foi Vicente de Carvalho
Grande poeta e doutor.



José Alberto Lopes®
2005

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Soneto da escuridão





















Farol da costeira que longe brilha
Plantado na pedra daquela ilha
Do navegante à noite é o seu guia,
É o anjo dos pélagos, seu vigia

Daqui se vê a luz forte e tronante
Olho noturno de olhar palpitante,
Como flertando as estrelas assim,
Que rolam nas vagas, desde os confins.

Luz da costeira que rompe a neblina,
Cega os meus olhos , a minha retina,
Para que eu não veja a luz desse adeus.

Nos olhos tão claros dessa menina,
Que fere o meu peito feito rapina,
Dê-me o invisível brumoso dos breus!


SBC-SP.José Alberto Lopes®
03/01/2003
Ilustração do autor
   

domingo, 6 de novembro de 2011

Haicai


Chuva de granizo-
Nas mãos quentes da menina
Num instante é sonho!



José Alberto Lopes.
nov.2011

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Haicai

doce como mel-
no galho do Pajurá
frutos e a infância.

 Homenagem  a minha amiga: Rosa Edna Bulcão
Obs; Aqui, por uma licença poética, chamei a árvore pelo próprio nome da fruta.
José Alberto Lopes.
Nov. 2011