sábado, 15 de setembro de 2012

No Umbral




No umbral
Um homem contrito
Pervagava pela quase escuridão.
Procurava a Jesus.
Perseguido por espectros demoníacos
Viu num outeiro, uma luz frouxa.
Investiu contra ela
E atravessou mármores e granitos
Como se eles fossem feitos de fumaça.
Deu numa cripta.
Flutuou sobre jazigos riquíssimos, muitos
Quando deu de frente com Jesus.
Porém, este  nada pode fazer para ajudá-lo.
Ainda estava preso numa cruz, de pedra
E sangrava muito.


José Alberto Lopes®
Set. 15/2012

Poética- (Dorme)


I

Dorme o pastor
E as ovelhas,
Espreita o lobo ávido.
Dormem; pastores e ovelhas..
Menos lobo e poeta.

II

Dorme o dia
Na esteira da noite
Dorme a ponte solitária,
Dormem todos.
Menos a solidão
Das crisálidas
E a solidão do poeta.

III

Dorme o cantor,
Descansa a sua lira.
Descansa sobre o papel
A tinta do poeta
E acorda poesia.


José Alberto lopes®
set. 15/2012

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Ode aos Poetas

Ode aos Poetas.
(Mateus capítulo-5, versículos...)



Bem aventurados pois,
Aqueles que escrevem
Edificando o bem
Sem se preocupar
Com os galardões do mundo.
Bem aventurados aqueles
Que têm sede de justiça
E não se fanam em usar como arma
A sua única ferramenta provável,
A palavra!

Exultai e alegrai-vos
Porque vós o! Poetas,
Porque vós sois
Como o sal da terra!
Porém, se o sal for insípido,
Como se há de salgar?
[para nada mais serve, senão
Para se lançar fora
E ser pisado pelos homens]

O! Caríssimos poetas.
Vós sois como a luz do mundo!
Porém, não se acende a candeia
E se coloca debaixo do alqueire,
Mas, no velador para que todos
Usufruam da sua luz.
[assim resplandeça a vossa luz
Para que a vejam]

Porque, sois vós  o! Poetas,
A luz que ilumina o pensamento,
Que rompe as trevas...
Porque sois vós o! Poetas
O sal que tempera  o nosso dia a dia!




José Alberto Lopes®
07 de setembro de 2012