domingo, 6 de setembro de 2020

Poesia e prosa brincante

 

Poesia e prosa – Prosaicas – brincantes.

 

Um dia visitando a Chapada dos Guimarães, eu imaginei aquelas enormes mesas naturais tomadas por uma confraria de deuses, que sorviam taças de vinho enquanto jogavam Gamão.

 Então pensei: - “minha mesa é pequena e mal me acomodo nela quando estou a escrever poesias”..............

Essa é uma realidade, como aquelas  fabulosas formações e tudo ao redor. O resto é imaginação, poesia e silêncio.

Ou seria aquele silêncio o sono dos deuses?

 

 

Cai a tarde!

Às vezes serena

Às vezes de chofre.

Mas, onde ela cai?

Talvez, num abismo atrás do mundo.

Ou nos braços da noite, quem sabe!

Mas o fato é que a tarde

Cai todas as tarde!

 

 

O riacho e a neblina

Do mesmo elemento são!

Embora o escarcéu da cachoeira

Contraste com o silêncio que flutua!

 

 

Bêbada,

A noite saiu cambaleando

E acabou tropeçando no sol.

 

 

A rainha da bateria

Não era assim

Uma Duracel...

 

 

O Prego!

 

 

Numa parede, há muito adormecido, o prego!

Sendo aquela parede caiada inúmeras vezes

O prego ficara diferente, nem parecia mais um prego.

“Quantas camadas o vestiram” !

Nele se penduravam calendários, molhos de chaves,

Contas a pagar, dentre outras coisas.

Esse fora seu destino até aquele fatídico dia!

Um pé-de-cabra foi requisitado.

Ah! aquele que com valentia vencera a dureza da alvenaria

Sem perder a sua cabeça ou curvar-se fragilmente!

Extraíram-no com grande dificuldade, como se fosse

Um vigoroso molar!

Junto trouxe consigo um bom pedaço do reboco!

Porém a sua lida não se acabou ali.

Alguém um dia precisando de um prego

Encontrou-o num lixo e o reconduziu a um outro destino!

Ainda está por lá, meio torto e carcomido

Sustentando com galhardia um varal de roupas.