Poesia e
prosa – Prosaicas – brincantes.
Um dia
visitando a Chapada dos Guimarães, eu imaginei aquelas enormes mesas naturais
tomadas por uma confraria de deuses, que sorviam taças de vinho enquanto
jogavam Gamão.
Então pensei: - “minha mesa é pequena e mal me
acomodo nela quando estou a escrever poesias”..............
Essa é
uma realidade, como aquelas fabulosas
formações e tudo ao redor. O resto é imaginação, poesia e silêncio.
Ou seria aquele
silêncio o sono dos deuses?
Cai a tarde!
Às vezes serena
Às vezes de chofre.
Mas, onde ela cai?
Talvez, num abismo atrás do
mundo.
Ou nos braços da noite, quem
sabe!
Mas o fato é que a tarde
Cai todas as tarde!
O riacho e a neblina
Do mesmo elemento são!
Embora o escarcéu da cachoeira
Contraste com o silêncio que
flutua!
Bêbada,
A noite saiu cambaleando
E acabou tropeçando no sol.
A rainha da bateria
Não era assim
Uma Duracel...
O Prego!
Numa parede, há muito
adormecido, o prego!
Sendo aquela parede caiada inúmeras
vezes
O prego ficara diferente, nem
parecia mais um prego.
“Quantas camadas o vestiram” !
Nele se penduravam
calendários, molhos de chaves,
Contas a pagar, dentre outras
coisas.
Esse fora seu destino até
aquele fatídico dia!
Um pé-de-cabra foi
requisitado.
Ah! aquele que com valentia
vencera a dureza da alvenaria
Sem perder a sua cabeça ou
curvar-se fragilmente!
Extraíram-no com grande
dificuldade, como se fosse
Um vigoroso molar!
Junto trouxe consigo um bom
pedaço do reboco!
Porém a sua lida não se acabou
ali.
Alguém um dia precisando de um
prego
Encontrou-o num lixo e o
reconduziu a um outro destino!
Ainda está por lá, meio torto
e carcomido
Sustentando com galhardia um
varal de roupas.