Silêncio que se canta o fado!
Ouçam a voz do fadista insone
Que também finge ser verdade,
O fado que deveras lhe consome.
O fado é Amália Rodrigues
Traduzida em Madredeus
Que roubaram para os seus,
O cantar de um rouxinol.
O fado está nas quilhas,
Nas espumas, nas milhas,
No albatroz que cirandeia
A incansável embarcação.
É um lamento dobrado
No aço da guitarra, o fado.
É a rosa, é o espinho
Tangendo a mesma mão.
E Deus, infinito e majestoso
Tendo os átomos evocado,
Fez o mundo, fez o homem,
Além do alecrim prateado.
Realçou o negrume da noite
Com pendões estrelados.
Do homem fez a mulher
E d’alma dela, fez-se o fado.
Silêncio que se canta o fado!
Ilustração do próprio autor.
José Albeto lopes®
2005 SBC-SP- Brasil
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