Out. de 2012-11-12
José Alberto Lopes.
Era um vulcão que andava.
Andava ao som da marcha dos seus pistões.
Descia e subia a velha serra do mar
Esvoaçando a sua longa e negra cabeleira.
Lá embaixo, na terra dos Andradas,
Cidades iam medrando do pé da serra
Até onde o mar engolia o céu.
Manhãs prateadas de névoa e o ouro do sol
Aos poucos se impondo com seu brilho.
E era alimentando a fornalha que Faustino
Alimentava em casa, seis bocas .
A negra máquina era também a sua casa.
Lá iam vagões solitários
Seguros mais pelas mãos divinas
Que por seus cabos de aço.
Levavam pessoas indiferentes
Presas também a seus fios, pensando na vida
Ou não querendo pensar.
Talvez pelo fio do medo, o fio da vida.
Por um fio, o fio de cabelo, o cabelo do relógio
(O fio do tempo) de um tempo ido.
Era um vulcão que andava, andava ao som
Da marcha dos seus pistões.
Hoje, um vulcão extinto!
Alberto, que precisão nas suas palavras! Tudo metaforicamente calculado e colocado.A M E I !
ResponderExcluirCida
Valeu minha cara amiga e profa. Feliz por seu comentário. Bjs..
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