segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

POETRIX Do JAL



Coisas simples

Na antiga Elgin
minha infância costurada
com linha de capim.


Despudoradas

Parece o meu amor
na vidraça esta noite,
a lua sem pudor.


Estiagem

Da boca do vento
muito galanteio
mas  a chuva não veio.


A chuva cai pra todos

A mesma tempestade
que bate naquele prostíbulo,
desaba  sobre este convento.


Colação

Colação de grau,
um termômetro preso
na Super Bonder?


O profeta

O vendaval espalhou
as folhas mortas, caídas
e o profeta, sábias  palavras vivas.


Aromal

cerração na tarde.
tudo é indecifrável
menos o alecrim que arde.


Humildade

Para ser uma Monarca,
o inseto antes, aceitou
uma humilde parca.


Conselho

Querendo um amor perfeito?
cultiva-o num jardim
nunca em teu peito.


Vicioso

Sempre será assim
para cada Tico-Tico
um punhado de Chupim.


Paredes e pontes

Paredes, erguem os solitários.
pontes,
os solidários.


Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac

Bilac, esse sim, já nasceu poeta
afinal, o seu nome completo
é um verso Alexandrino.


Solidão

Para o poeta a solidão é uma fonte...
O bicho-da-seda afinal
edifica um casulo e não uma ponte.


Amizade

Na palha
da espantalha
aninhou-se a gralha.


Inesquecível

Naqueles lábios joviais
o beijo que nunca dei
não esquecerei jamais!


Arco-Íris

Joia rara de Pandora!
- Em que fonte bebes a  água?
- Em que paleta ministras  as tintas?



Justiça

É básico, é notório.
Para que  haja  justiça.
o contraditório.


A cigarra

Termina o verão
retorna  à fábula, a cigarra
sem lenço, vintém e documento.





JAL. 14/02/2014




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