terça-feira, 2 de março de 2021

Tristonho/Margens

 

 

Sou tristonho por ser a margem

De um rio sinuoso e lento

Sendo tu a margem oposta!

 

Lá, deitas sobre tapetes de seixos.

Lá onde a brisa parece mais sonora!

 

Onde o Ingazeiro arqueado sobre as águas

Brinca contigo e com os peixinhos

Desde os primeiros raios de sol.

 

Ah! como sou tão tristonho

Por ser a margem de cá!

 

Aqui o sol quase não chega

E em vão os meus outonos

Tentam alcançar a tua primavera.

 

Ah! essa margem tão perto, tão distante!

 

Sou tristonho por ser esta margem

Sombria, abrupta. Penhasco da minh’alma.

Porém mesmo assim é bom te ver.

Prefiro a tristeza de vê-la mesmo do lado de lá!

Mesmo que tuas mãos jamais me acolham

Como acolhem os peixinhos e o  Ingazeiro.

 

 

De José Alberto Lopes –

31/01/2021

 

 

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