Sou tristonho por ser a margem
De um rio sinuoso e lento
Sendo tu a margem oposta!
Lá, deitas sobre tapetes de
seixos.
Lá onde a brisa parece mais
sonora!
Onde o Ingazeiro arqueado sobre as
águas
Brinca contigo e com os peixinhos
Desde os primeiros raios de
sol.
Ah! como sou tão tristonho
Por ser a margem de cá!
Aqui o sol quase não chega
E em vão os meus outonos
Tentam alcançar a tua
primavera.
Ah! essa margem tão perto, tão
distante!
Sou tristonho por ser esta
margem
Sombria, abrupta. Penhasco da
minh’alma.
Porém mesmo assim é bom te ver.
Prefiro a tristeza de vê-la
mesmo do lado de lá!
Mesmo que tuas mãos jamais me
acolham
Como acolhem os peixinhos e o Ingazeiro.
De José Alberto Lopes –
31/01/2021
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