Ode a Hermógenes
Que alma é essa
Que traz sons divinos
Cheio de arpejos e cores
Sorrindo leve à brisa?
Será que veio de uma flor
De única e rara semente
Vestida de corpo
Essa alma será?
Donde vem essa alma
Que o salmista cantou
Que a tristeza desbota
E dá mais cor à alegria?
Vem talvez lá de longe
Onde vivem os moinhos,
Donde a lua ganha prata
E dá ouro aos poetas?
Que alma ditosa é essa
Que é lírio, que é rosa,
Que afaga, que chora, que ri
E exalta a esperança?
Será de gente essa alma
Ou de um frágil colibri
Que insiste sobre os espinhos
Não desistindo da flor?
Donde vem essa alma
Que ensina saúde
Que acalma a s procelas
Aqui dentro de nós?
Vem talvez lá do mar
Posto que o mar é incessante,
Ou das nômades dunas,
Posto que são mansas,
Sábias e pacientes!
Que alma é essa
Despojada de vaidades
Que suprime a dor sua
Pra sentir a do amigo?
Existirá outra como essa,
Debutante a cada olhar?
Alma assim vestida em corpo
Nesse corpo a palpitar?
Dr. José Hermógenes de Andrade.
Escritor. Ex- professor de Filosofia e História do Brasil, além de ser um dos maiores representantes da Yoga no ocidente.
( A rosa é suprema delicadeza, mas tem espinhos para se defender)
José Alberto Lopes.-12/03/2005
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