sábado, 7 de setembro de 2019

Senhoras poesias...


Starry Starry Nigth – Céu estrelado.
Como Don Mc Lean, eu acredito também que Vincent Van Gogh não era um demente somente uma pessoa muito sensível, veio ao mundo talvez para fazer nos compreender que não somos a melhor espécie como muito acreditam ser.

Musica composta em 1971 por Don McLean e lançada no álbum "American Pie". Don leu a biografia de Vincent Van Gogh na faculdade e resolveu compor uma musica para ele, e tentar mostrar que ele não era louco, apenas um homem triste rejeitado pela mulher que ama. O nome Starry Starry Night, vem do quadro "Starry Night Over the Rhone" de 1888, que é a primeira imagem no vídeo.[internet]



As estrelas de Van Gogh
São os vagalumes que flutuam
Sobre  campos de girassóis.
Comovo-me ainda mais ao ouvi-las
Quando viajo nas plumas macias
Das suas pinceladas em caracóis!

De JAL. – 01/08/2018


O jardim da Senhora Yumi
      Antes, ninguém morava por aqui.
      Hoje, esta cabana vive sempre alegre, embora seja uma construção simples e humilde.
      O senhor Kensuke e a senhora Yumi vivem felizes tirando da terra, o que a terra lhes devolve, graças ao trabalho dedicado e árduo dos dois.
      A senhora Yumi, Yumi; que em japonês significa - sonhadora, conserva seus dotes de haijin, coisa que vem desde criança.
      No pequeno jardim cultivado em frente à casa, nota-se pequenas tabuletas entre os canteiros floridos onde se lêm alguns de seus haicais:
                              
Ontem, feias lagartas-                                        Fim do vendaval-
Hoje, lindas borboletas                                        A touceira de capim
Sobre este jardim.                                            Ainda  curvada.
                              
                                                                           

Momento azul-                                               Nuvens coloridas-
O céu e estas borboletas                                 As flores deste jardim
Sobre as hortênsias.                                       Refletidas no céu.
                            
          08 /10/12                                                                 

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O jardim da senhora Yumi
26/10/2012 05:47 - KATHLEEN LESSA
Espetacular beleza! Você é original e esmerado em tudo, amado JAL! Grande beijo, Kathleen.



24/10/2012 11:20 - Nete Brito
o Haicai é enxergar com olhos de outra pessoa. Belas fotografias. Eu gostaria de poder andar por entre as flores do jardim da Senhora Yume. Adorei isso aqui, Alberto, sabes como me alegrar. Beijo. ;)

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Estado criança.

Tenho estado criança
E solto-me na bolha de sabão
Colorida e sem rumo
Ou na pipa frágil  seda
Ao vento ansioso e sem prumo.

Estou criança
Num mundo gira pião,
Na fieira longa e delgada,
No chão de uma calçada
Marcada pelo São João.

Estou criança
E livre, desgarrada escrevo
E até me pego a sorrir
E sorrindo me  atrevo!

Tenho estado criança
E que estado feliz de ser.
Porém, me desmancho como adulto
Por não receber o indulto
De criança permanecer!

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A galinha do vizinho
Punha ovo vermelhinho
E foi tanto o ano inteiro
Que esgotou o seu oveiro!

E um dia esse vizinho
            Não teve dó, não teve nada
Pegou logo uma panela
E a tal ave esgotada
Que punha ovo vermelhinho
Virou molho a cabidela.

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FRONTISPÍCIO/POEMAS../ Laboratório....



Ave seda

Uma rajada mais forte
E o menino sentiu o tranco.
A linha partiu-se
E lá se foi a colorida pipa.

Sua longa rabiola
Serpeava no ar quente.
Movendo-se , mole, mole....
Como a dizer: não, não, não...!

A cambada correu atrás
Mas ninguém conseguiu pegá-la.
Caiu num rio e lá se foi ave seda
Para sempre brincar com os peixes.



Dizem que  um louco não chora!
Que parece sina, pois ri, ri....
Curioso!
Por que eu vivo chorando,
Chorando, louco por ti?

Quando o mal fecha um ribeiro
Deus abre um oceano.
Porém, quando o mal abre um oceano,
Os fracos de espírito nele sucumbirão.
Pois, buscando facilidades
Nele confiarão seus navios!

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Não espere de mim o meu corpo
Nem do meu canto, acalanto.
Sou viajor das palavras,
Das noites frias, sou manto.

Das portas fechadas sou aldravas
Sou ave que arriba e não volta mais.
Sou quilha errante, mar arfante
Sou de todos os amores, sou de muitos cais...!

////<><><><////<><><><>////

Porque a verdade é como o mar.
Por mais que dele  se retire o sal
O mar continua salgado!

Já a mentira é como uma poça
Que a chuva esqueceu...
Logo, com a chegada do sol
Ela secará e revelará o seu leito.


A vidraça da janela
Frustrou a mosca.
Já se sentia em plena liberdade!

Quantas vezes nos frustramos
Com tais janelas?
Todavia, não somos insetos!


Não exija da árvore,
Frutos que ainda são flores.
Não exija do insano,
Ponderabilidade.
Não exija do ladrão,
Honestidade.
Mas, seja um pouco mais
exigente consigo mesmo!


A poda na árvore
A rejuvenesce fazendo
Brotar novos galhos
Fortes e vistosos
Donde brotarão flores cheia de vida
Trazendo consigo tenros frutos.
“Verifique se tua árvore vivida
Necessita ser aparada” !



Vermes
Mesmo nos jazigos mais ricos
Não te livrarás dos vermes
Pois eles já estão em nós
Desde que nascemos!


Dizem...dizem.
Dizem que no topo de uma montanha,
Geograficamente estamos mais perto de Deus!
Todavia eu, nem sou alpinista,
E ainda tenho medo de altura!

Dizem que naquele suntuoso Templo...
Eu posso ficar, cara a cara com Deus!
Hum.. todavia lá, terei que pagar ingresso!
Ora! Ora! Não me sobra dinheiro
E minhas roupas estão rotas...


 Ser ou não ser!
Os picos  mais altos
São majestosos por excelência.
Porém, são mais susceptíveis
À neve e neblina.

Alegria x tristeza
A alegria bate à porta.
Você, claro a recebe
Com carinho!
Mas, a tristeza
Possui chaves falsas.
“Por isso entra sem bater”
Espante a tristeza
Antes do seu pensamento
E não precisarás
Ficar a trocar
Suas fechaduras!




“Só de raiva, vou tomar mais uma”

Não sou assim tão velho a ponto de esquecer de certas coisas. Nem sou assim tão novo a ponto de não saber de certas coisas.
Mas, digo a vocês leitores, que sou do tempo em que por aqui ainda não havia o Eucalipto nem as Tilápias. (risos)
Sou também do tempo em que “Batistas” eram tão somente duas irmãs cantoras, (As irmãs Batista)...
Agora, em se tratando de nossos Políticos, infelizmente já eram corruptos, desde aquele tempo!

Igual uma  gavinha
Se agarra a rãzinha.




Por um instante
Um vaso Itinerante.





Flora

Na palidez do lírio,
Que primor o teu sorriso.
No rubor da rosa,
A timidez  no rosto.

Um pendão ao vento,
Gracioso andar.
Mas são teus lábios,
Que doçura!
Que levam à loucura
Um beija-flor apaixonado!

Dez. 2017




Dr. Honório Casa-se
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O amor secreto....
Talvez seja o mais puro.
Sobrevive   na calada, no escuro
Somente com o lúmen d’alma.
É ovelha tosquiada,
Sem balido, calma!!!

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Os picos mais altos
São realmente majestosos.
Porém, são mais susceptíveis
À neblina ou neve!

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Minha serra branqueja
Dia após dia como uma geada perene!
Não é fria, apenas denuncia
Que meu leste
Fica cada vez mais distante....
Nov. – 2017

A amizade perdida
É como uma abelha
Levada pelo vento:

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Se um dia flores embora
O que será do meu jardim?

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Minhoca que muito pula
Quer ser roupa de anzol.
Nov. - 2017





A tal felicidade
pode ser como uma sombra,
ou como tentar apanhar
O mercúrio na mão.
Mas, o mercúrio é palpável
A sombra, não!

~~~~~~~~~~


Rubra é a matina
E a chama se alastra
Amarela até a tardinha.
Depois, em combalida violeta
Se extingue!

Todavia no mesmo carvão
Que restou da queimada
Nascem flores luzidias,
Muitas, incontáveis.


Passa uma flor
No lépido riacho.
Um galho à frente,
Seu breve descanso.

Murmura a flor
Sorri o riacho.
Murmura, desgarra-se
E segue aparvalhada
Sumindo nas dobras das águas.
Porém, nada foi em vão:
Um poema te faço!


Um dia a tua voz
Chamou-me do outro lado do Vale.
Achando ser somente o meu Eco,
Ignorei-a.
Ah! Coração! Como fui Tolo.
Set. - 2017

Agora os dias estão mais suaves.
Pitangas e nêsperas
Fazem a festa dos pássaros
E o sonido dos pássaros me acalmam..
A velha jabuticabeira
Anda nevada de flores
E o rocio, bem mais cintilante.

O capim está a reverenciar
Com mais suavidade.
Azaleias e lírios amarelos
Arrematam com seus bordados
A longa alameda por onde caminho.

Queria sim, a primavera,
Um perene estado de espírito
E não somente uma estação do ano!


Lembra da primeira vez
Quando nossos lábios se encontraram?
Nossas mãos se perderam
Nas curvas dos nossos corpos.
Tão profundo frenesi...
Que num tremular de lábios
Tua boca disse sim!

Set. 2017
Divina são as estrelas, a lua...
Divina também a minha amada nua!
Se divina é a sua nudez
me ponho a pensar que Deus,
Quando a fez
Passou horas a contemplar...

Set. 2017


Ao sol da  tarde
Tudo era trigueiro!
Os muros, as cercas,
O chão de pedrinhas,
O fogo na mata,
As nuvens passando,
Os  casarios.......


O teu olhar
imenso mar
Tomou-me de repente
minhas areias.....
Então, minha praia
ficou mais suave,
ficou mais plena...
Minha praia nunca mais foi a mesma....



31/05/2017






Quem me dera – I (publicado)***
Quem me dera  eu fosse
O barro do oleiro
E que humildes pés
me estivessem pisando
e me transformassem em telhas
adobes, jarros....

Fosse as telhas que protegem
As paredes que resguardam
Fosse os jarros que saciam.

Sei que nem meu próprio pó
Terá alguma serventia.
Mas, se pelo menos o que escrevo
Se der humildemente em um décimo
do barro do oleiro,
Já valeu a  intenção de escrever!


Quem me dera – II (publicado)***

Quem me dera eu fosse
Uma canoa de tronco.
Levando e trazendo peixes
Gente e coisas.....
Dormiria  ao relento como dormem
As canoas. Sem dramas,
Vaidades, lamentos..
E envelheceria bem devagar...
Como envelhecem as canoas.

E quando um dia, sem mais serventia,
Morreria aos poucos emborcada
Na beira do rio
E ainda serviria de brinquedo
Às crianças ribeirinhas.
Até ser esquecida de vez
E voltaria ao chão da mata
De onde um dia sai.






O ninho vazio

No galho de fronte
Há um ninho pequeno
Tramado com amor
Forrado com feno

É uma casa triste,
Jamais habitada
Nunca houve aurora
Em sua sacada!

Lá vejo um berço
Que nunca embalou.
Vazio como a alma
De quem atirou!


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Liliput

Liliput,
Não vos falo pois,
Do pequeno país de Gulliver
Mas, de uma grande paixão!
Que até hoje marca meu peito
Como o gado é marcado em seu couro!

Um dia após muitos anos
A encontrei numa rua do cais
E lembrei-me de uma canção antiga
Que dizia: - “Estava ela, menos ingênua
E mais bela”
Então, roubei-lhe um beijo
E sua boca era como o vinho:
Que amadurece...!

Porém, não era mais
Aquela menina tímida, franzina,
Por quem um dia me enamorei.
Era como a lua
Que tem o encanto de todos,
Mas de fato! Não tem a ninguém.

Mesmo assim, por razões que a própria
Razão desconhece
Liliput, a pequenina, vive ainda
Em meu imaginário grande,
Num país situado no meu lado esquerdo!
Para onde sempre faço minhas Viagens...


E assim caminha a poesia***


Assim tem sido a minha vida
Depois que passei a escrever de fato.
Logo de manhã numa xícara
De lábio carnudo sorvo um café
Saboroso, enquanto o pensamento
Me absorve por inteiro!

Escrever logo cedo é bom
Ouvindo ainda o silêncio
Do cantar dos pássaros...
Mas um dia desses
Quase em rebeldia
Perguntei ao meu espelho:
— Se todas as letras e tantas coisas
já foram escritas, ditas,
como pode haver tantas poesias
ainda a escrever?
E o espelho olhando bem nos meus olhos
Incontinenti respondeu:
— Creio que se é por finitos algarismos
Que se pode contar infinitas e solitárias estrelas,
Também, é com finitas letras e um pouco de solidão
Que se escreve infinitas poesias...!

Mulher

Nem mil palavras,
nem outras pedras de Roseta
seriam suficientes
para eu decifrar o coração
de uma Mulher!
e é bom que seja assim.
Porque, na presença,
num abraço
num sorriso,
num beijo
e palavras,
me surpreendem,
me arrebatam..


14/10/2016 Alberto Lobo de Campos - heterônimo de José Alberto Lopes®


           A Rã da Bromélia***

  A rã da bromélia
nasce e vive ali.
Nenhuma lagoa
que por mais bela e grande seja
atrai a rã da bromélia!

Minha aldeia é pequena.
Três ou quatro ruas...
Alí nasci e vivo,
e vivo a escrever coisas sobre ela!

Minha aldeia em sendo pequena é grande!
Grande por que me basta
assim como a bromélia
basta à rãzinha!
Minha aldeia é a minha bromélia!



Alberto Lobo de Campos-heterônimo de José Alberto Lopes®
nov-16



Venha embora

Venha embora pra minha ilha
Aqui terás a praia que escolheres
A sombra fresca pra descansar
A cama macia onde repousarás
A fonte d’água mais pura.

Uma rede bordada com teu nome
Nos espera entre duas palmeiras!

Venha embora pra minha ilha
Aqui terás amor todas as feiras
Inclusive, sábados e domingos!

JAL / dez. 16

Diante dessa inflação
O meu ordenado é quase zero
Porque faltam zeros
No meu ordenado!


Nesta seca
Ao abrir um coco
Vi que sua água, também
Estava no volume morto!


É no presente
Que aprendemos com o passado
Para que o futuro seja um dia
O melhor dos presentes!


A infância

Queria novamente ser feliz!
Dormir ao sol sobre o capim moreno
           Junto aos melões pequenos
Daquela poesia de Ruiz!

Se o poema é filho
Que nasce para o mundo
Como encerrá-lo numa gaveta?


Horizonte é uma (linha)
Que mantém sempre erguida
A minha pipa dos sonhos!




CONTRASTES

Quem dera ouvir tão somente
O cantar mavioso dos pássaros
Em eternos madrigais!
Porém a vida também é feita
Dos gemidos dos pombos
Sobre os beirais...!


O Bosque das cigarras (publicado)***

Um dia resolvi ir até o bosque
Ouvir as cigarras, pois já era tempo delas.
Lá com certeza ouviria cantatas de verão
Coisa de dar inveja a Scarlatti, Stradella...
Mas não encontrei o bosque.
O bosque não estava lá!
Havia sim em seu lugar
Um grande Shopping
E um largo estacionamento.
Fiquei estupefato diante daquilo.
Uma obra faraônica ali erguida
E em tão pouco tempo
Como se viesse pronta do alto
E naquele lugar se instalasse!
E como se não bastasse a minha imobilidade
Diante daquilo, algo mais me deixou
Estarrecido, nervoso, pois
Na fachada do enorme prédio,
e aquilo, lógico, me soou como um atentado!
Lia-se:
           “SHOPPING CENTER BOSQUE DAS CIGARRAS”



Sereno ( publicado)***

Minha fronte pesa
Como uma rocha erguida.
Meus olhos são como
óculos embaçados
minhas mãos e pernas
são como varas ao vento!

Sonhei esses versos
E espero que quando
Escrevê-los de fato,
Eu esteja sereno.
Sereno como uma rocha
na paisagem
Sereno como a névoa
Que flutua..
Sereno como o bambu
Na tempestade!

Jan. 2017


Eu vagalume:

E se eu fosse um vagalume?
Voaria livre pelos campos
E com meu sorriso fosforescente
Seria sempre um promíscuo incorrigível
Porque a noite é breve
E a vida é apenas uma noite!

Ser apanhado por uma ave
Ou por uma rã...quem saberia?
Poderia também ser aprisionado
Pelas mãos dum menino
E esmagado por ele
Como tantas vezes eu mesmo fiz.
E num risco luminoso, esverdeada e frio
Simplesmente
Tudo se acabaria como uma luz
Que vagarosamente se extingue!
Seja o que for, em tudo há um ponto final.

Jan 2017



Talvez tardiamente (publicado)***

A vida é breve, rápida
E  os passos na velhice
Não são como na juventude!
São lentos, imprecisos.
Talvez como se pudessem retardar,
Inconscientemente,
Ainda que tardiamente,
O tempo que resta a passar!

Jan. 2017


A janela (publicado)***

Que invenção mais poética
Poderia um arquiteto?
É por ela, a janela,
Que vejo a chuva, a lua, a rua
As coisas passando
O céu, o véu, o horizonte
O jardim de fronte!
Por onde entra o perfume
A brisa, os sons dos pássaros..
Bem, passaria um dia inteiro a falar
Sobre o que vejo da minha janela,
Mas, há pouco ou quase nada a dizer
Sobre as janelas duma prisão
Ou de uma janela de quem
Se aprisiona a si próprio!

Jan. 2017


Beleza (publicado)***

A verdadeira beleza habita aqui dentro..
Hoje de manhã vi algo interessante:
Uma rara orquídea
Crescendo dentro de um pau podre!


Pedras (publicado)

As pedras em nossos caminhos
Jamais se transformarão em flores,
Justo para que possamos usá-las
Em nossos alicerces.



Pra não esquecer da tragédia de Mariana.***

Vilipêndio, homens insossos.
Rio Doce
Amargos dejetos.

publicar
Sou Poeta (ensaio)

Sou poeta porque
Falo também da vida, do amor
Do humor, das flores, dos olores,
Da morte, do corte....!
A poesia pede pra nascer
Mas o poeta não escolhe
Onde vai nascer.
Quando a luz se fez
A poesia já existia...
Apenas se resguardara na escuridão
E cabe ao poeta dar à luz, mas,
Sem o fórceps pra não feri-la.



O natural é a mais pura manifestação.
Sem a maquiagem a poesia mostra
A sua alma, sim, a poesia também tem alma
Pois o poeta doa grande parte da sua!

A matutar

Sempre fico a matutar.
Existiriam poetas 
Se existirem outros mundos?
Penso que se lá houver
Amor, flores, humor, morte...!
Também há de existir poetas.!
Porque a poesia já existia antes
Da própria luz.

A poesia é tão remota
Quanto os átomos!
Melhor dizendo:Os átomos
São as palavras que compoem 
A própria poesia chamada, universo.




Quando faz sol (publicado)***

Ao sol a pino
Minha sombra é apenas
Uma mancha no chão.
Mas à tardinha é uma flecha
Apontando para o leste!

Lá naquelas bandas
Ficou para sempre
A minha amada!
E até hoje a sua lembrança
Me mortifica.
Por isso:
Não saio à tardinha
Quando faz sol!


A & S

O amor verdadeiro
Desnuda a alma.
O sexo desnuda o corpo!
Amor e sexo..........
Obra completa!


Estou  assim (publicado)***

Estou  assim:
Tenho três gatos
Uma janela que dá para a rua
E uma velha escrivaninha.

Estou lendo “Pessoa e Hilst”
Gosto de ler ou escrever
Bem de madrugada
Porque há o silêncio!
E o silêncio
Amplifica certos sons.
Assim, posso entender
O que diz o vento, a chuva,
As estrelas!
Queres saber o que diz
O vento, a chuva e as estrelas?
Fique em silêncio contigo mesmo,
No silêncio da madrugada!






Bem que tentei te ver, não somente à tardinha.. tentei, até ouvi teus passos marcados.. porém.. não te trouxeram até aqui. Então fiquei a imaginar teu riso de fonte, teus braços de asas, teus beijos melíferos.. a tua mão na minha mão....



A Lua cheia!
Quanto mais caminho
Em sua direção,
Mais ela foge de mim.
Igual a minha juventude!


O orvalho no fio.
Indeciso oscila.
Parece ter medo saltar!
Você, indecisa,
Parece ter medo amar!



Ainda há o canto***

Desnuda-te do rubor
que te aquece a face.
A minha’lma se desprende
feito o som de um tambor!
Toma o encanto da noite e vem..
E se o canto te tentar,
Não cantes ainda,
Mas diga antes, tudo..
Sem reticências..
Deixa ao céu as estrelas...

Desnuda-te do rubor
que te aquece a face
e diga-me por onde andavas
e por que de ti eu não sabia?
Ah! Se soubéssemos
De nós dois em auroras passadas..
Talvez tivéssemos vivido
Um sonho, um sonho
Preterindo este poema.
Coisas da vida!
Porém, mesmo nas vindimas tardias
Encontraremos ainda
A doçura nos frutos.

Vibra agora, pois,
a tua garganta e canta!
Desejo sentir tuas mãos de colcheias
E longas breves sem pausas...
Canta cigarra noturna!
Que o Verão é ligeiro.
Canta que teu poeta
Já cai de sonhos...

Alberto Lobo de Campos
(ALCam) – fev. 2017




Olhai os Livros do Campo***

Olhai os livros do campo.
Não foram escritos por homens
Nem de papéis são feitos
Mas carregam sábias páginas.
Olhai os livros do campo.
Atentai e apreciai essa obra
Dividida em quatro belos Tomos
E aprendereis de fato
O que para vós será primordial
Para outras aprendizagens...
É vero, é veríssimo!
Olhai os livros do campo
E liberto sereis, como os lírios do campo!

Jun. 2017

  
Às vezes penso***

As vezes penso
Que as estrelas lá em cima
São vaga-lumes
E os vaga-lumes aqui em baixo
São estrelas.
Ora -  Deixai eu pensar assim
Pelo menos terei o privilégio
De ter estrelas ao alcance
Das minhas mãos.

Jun. 2017

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Apenas um poeta

A poesia é tudo o que nos rodeia,
O que se escreve e o que apenas se vive.

“É a única prova da nossa existência”
Como dizia Aragon.
Sou um poeta que transita
Pelas bordas de cadernos usados,
Pedaços de rascunhos...
O meu lugar e o meu tempo
É onde o meu pensamento estiver.
A sombra de uma árvore
Pode ser a minha janela
Ou a beira de um riacho
Pode ser um banco de jardim....
O sol passando por uma fresta
Pode ser uma paisagem
Quase indescritível..
Assim sou, imprevisível.
E tudo isso me apraz..
Ah! também gosto rodar o baleiro
Que ainda há num armazém da minha memória,
Como se fosse uma roleta.
Uma roleta doce, previsível..


Jun.2017



Em tudo há uma linguagem ***
Nesse mundo!
De uma forma ou outra
Todas as coisas se comunicam:
Agora mesmo algo interessante acontece.
Enquanto aqui dentro eu escrevo
Lá fora na soleira da porta
Uma lesma escreve também.

O Dom***

Não sei quem me deu o dom,
O dom de escrever poesia.
Se foram os livros ou Deus!
Mas, esse dom me permeia.
Ah! O dom de dizer mentiras e loucuras
Que até parecem verdades.
Ou, dizer verdades e loucuras
Que até parecem mentiras..



A lua se dá a todos.
Porém são raros os afortunados
A contemplá-la.


Queria poisar em ti
Feito uma borboleta
Como num jardim do amor!
E afortunadamente
Morreria lentamente...
Nas pétalas  da tua flor!




Se um dia flores embora
O que será do meu jardim?
Mas quando flores  bem velha
E o outono te levar,
Com certeza serei terra
Onde possas descansar!



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Orquídeas no jardim
São belas e delicadas flores
Penduradas num Xaxim!

Também dão em silenciosas ravinas.
E algumas são tão parecidas
com delicadas Vaginas...



(Ai)


Ai, voz distante do amor secreto.
Ai, brilho da espada no estertor da luta.
Ai, asa ferida querendo voar.
Ai, olhos vermelhos de tanto chorar!


Ai, noite imensa, sem lua e estrelas.
Ai, quarto escuro e noites em claro.
Ai, olhos vermelhos de tanto chorar.
Será que este poeta, não aprendeu a  amar?

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(Quero dormir)

Quero dormir
Como melões no campo
Morto de preguiça,
Tirar da terra todo o mel
E amadurecer  a cada arrebol.
Pra depois morrer suavemente,
Solenemente em tua boca
Como uma tarde de sol!

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(Ninguém)

Ninguém sentiria  o nosso perfume,
Somente nós.
Nem ouviriam eles, os banjos
Tocados por anjos...
Jamais saberiam dos tatames
Em que nos deitamos.

Por quem os sinos dobram?
Ninguém poderia dizer, só nós dois!
Ninguém nos veria em carne e osso,
Nem mais velhos e nem mais moços.

Porque um dia meu amor!
Porque um dia
Vivemos de morrer de amor!

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(Deixa)

Deixa a tua lembrança comigo
Que o meu peito saberá guarda-la.
Deixa a tua lembrança comigo
Não a leve para depois mata-la!

Deixa que eu chame por teu nome
Nas minhas noites em chamas....
Deixa que eu chame por teu nome
Porque sei que ainda me amas...

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(Ver-te assim)


Ver-te assim desnuda
É como ver a terra
Em toda a sua plenitude.
Ah! geografia
Que não se aprende na escola!

Compreendo as dunas
E o vento insistente querendo tocá-las.
Compreendo a chuva ansiosa
Em torrentes, procurando teus vales.
Ai, aquela gruta oculta
Nas ramagens delicadas
E dois cumes gêmeos
Alimentando de nuvens lácteas
Um céu desejoso!

Ver-te assim desnuda
É como estar no paraíso,
Mas, sem espada nem Arcanjo,
Sem serpente, sem censura,
Sem clausura, apenas
Morder tua maçã madura!


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 Publicar
(Noite cálida)

Naquela noite cálida
Uma enorme lua manchava o céu.
Daqui dava para ver o dragão
Chispando chamas
E um belo cavalo solto no campo:
Onde estaria o cavaleiro? Onde?
_dizem que foi visto com Betânia
Numa praia da Mauritânia
Brincando com um barquinho de papel!



Novela de Cavalaria
Fui novela de cavalaria.
E na minha busca por  aventuras
Guerras, combates..
Um dia tombei mortalmente.
Caí ante a tua espada
Brilhante de sorriso,
Longa de amor
E fervoroso querer
Que atravessou-me
E ainda permanece em mim!



Suspiro

Preciso do teu suspiro..
inspiro cuidados..
quase não respiro
se não respiras ao meu lado!!!



Quando semente

Quando uma semente
toca um solo propício,
todos os seus sonhos
começam a se realizar.

Quando eu tocar
teu corpo
me sentirei uma semente!



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